Tipologia dos Condomínios Horizontais Fechados

Os condomínios horizontais fechados pode ter a tipologia determinada pelo regimento ou ser livre para o proprietário, neste segundo caso, alguns parâmetros são estabelecidos para a ocupação do lote: recuos, gabarito da construção, limite para calçada, medida permitida para muros, a área de serviço deve ser escondida etc.

Sendo este novo estilo de morar conferindo status, um padrão socioeconômico, espera-se que as casas exibam isso desde a fachada. Porém, em um condomínio com liberdade projetual fica difícil estabelecer categorias para as residências já que cada uma delas tem as suas particularidades estampadas desde o partido até os detalhes construtivos. Casas térreas, térreo mais um e até térreo mais dois; algumas residências com muita área de jardim, outras com quase nada. Projetos de casas com telhados para neve, projetos de outros países adaptados aos materiais brasileiros, tudo isso é parte do interior do condomínio horizontal.

As casas vão desde as mais tradicionais, ou seja, térrea, telhado com duas águas, telha canal, terraço/garagem, etc. até as mais modernas com telhado plano, o uso de vidro, pé-direito duplo, partido arquitetônico mais reto e fachada mais limpa com relação aos materiais aplicados (Não há divulgação de imagens das residências por questões de segurança). A moradia e o status social são obviamente associados e em várias sociedades a residência é a forma de as pessoas se afirmarem publicamente (Caldeira, 2000 p.264).

Não é segredo que o número de condomínios fechados vem crescendo a cada ano. Esse “novo estilo de moradia” articula cinco elementos básicos: segurança, isolamento, homogeneidade social, equipamentos e serviços (Caldeira, 2000 p.265). Segundo Caldeira, é a imagem enclausurada e isolada da residência que confere maior imagem de status.

Além dos grandes investimentos na construção de condomínios horizontais fechados, há também investimentos no interior do mesmo. Vários construtores e investidores que compram terreno, constroem casas e vendem; às vezes, esses investidores são também moradores do condomínio.

Mesmo sendo um condomínio e tendo uma empresa responsável pela administração do empreendimento, qualquer construção faz-se necessária está legalmente de acordo com a Prefeitura Municipal da cidade e exatamente por ser um estilo de residência fechada, alguns condomínios não tem fiscalização mais direta nos alvarás para as construções e com isso, um mesmo projeto pode acabar sendo reaproveitado para uma diferente construção. Além desse tipo de problema, outros problemas foram identificados no condomínio analisado, como por exemplo: Jardins até o limite da rua não deixando o espaço da calçada, roupas expostas, construção de muros mais alto do que o permitido, casas com número de pavimentos além do que foi previsto pelo regimento interno etc.

Isso mostra que cada morador do condomínio parece agir como se ele fosse o único, esquecendo os vizinhos e do estilo de vida de comunidade que a idéia de condomínio parece defender. A individualidade que parece está tomando cada vez mais espaço na sociedade, também existe nos condomínios fechados. A idéia de um novo estilo de vida em comunidade, com conforto e qualidade, mesmo sendo para um mesmo grupo social não passa de uma idéia usada pela especulação imobiliária para promover tais empreendimentos.